Em agosto de 2019, o GAMR completou 28 anos de existência, tempo suficiente para uma Organização da Sociedade Civil, se estabelecer e se consolidar numa prática educativa, alicerçada nos pilares de seus princípios e missão. É tempo também, de refazer a visão de futuro, pois a sociedade é dinâmica, com seus fenômenos que precisam ser entendidos e precisam de soluções criativas.
Pois bem, trabalhar com crianças e adolescentes não é tarefa fácil, independente de sua classe social e isso, o GAMR já provou que sabe fazer.
Mas uma pergunta teima e lateja a alma de educadores sociais, acredito que não só do GAMR, apesar dos diversos exemplos bem sucedidos de crianças que tiveram oportunidades e quebraram o circulo de pobreza extrema, em que sua família estava condenada. São vários casos de bons exemplos, pois numa contagem bem rápida, o GAMR já impactou de uma forma ou de outra, a vida de pelo menos vinte mil pessoas, ao longo desses 28 anos.
A questão, é que existe uma “máquina” monstruosa, que continua gerando miséria e morte, e o pior, fora de controle, quer seja do estado, quer seja da sociedade civil organizada, e tudo que fazemos é trabalhar apagando pequenos focos e controlando o fogo. O papel do bombeiro, não é só agir na hora do incêndio, mas também de evitar, prevenir, fiscalizar...
Mas a provocação que faço a nós mesmos, enquanto sociedade civil organizada, é: Até quando, vamos continuar apagando pequenos focos de incêndios?
Claro que apagar incêndio é necessário e temos que continuar fazendo isso, pois sabemos fazer muito bem. Mas precisamos também, saber e entender como funciona o mecanismo, que gera tanta miséria e tanta morte, pois no Brasil, continua o genocídio contra jovens da periferia e negros em sua maioria. Os presídios continuam superlotados e por negros em sua totalidade.
Precisamos aprender a ler os fenômenos que estão nos atingindo e assim, encontrar soluções práticas, como a UniMorro, que nada mais é, do que transformar os espaços de atuação do GAMR e da Fábrica de Cultura, num espaço educativo capaz de ensinar, o jovem a se virar, assim como nossos pais e nossos avós sabiam fazer muito bem.
A UniMorro, antes de qualquer coisa, será um espaço de acolhimento, amor, abraços e escuta. Precisamos ouvir os jovens e suas dores psíquicas. O jovem grita de dor, mas perdemos a capacidade de decifrar e entender, perdemos a capacidade de sentir empatia.
Para pensar esse projeto, contamos com várias cabeças e braços e pernas de gente de perto e de longe, como Daniel Gomes, Jussara Gomes, Iracele Gomes, Ieda Marque, Macione Barroni, Edson Oliveira, Gleidson Giga, Luis Augusto, Adriano Jefferson, Maciel Ferreira, Jesus Silva, Axel Oliveira, Alberis Santos, Emerson, Thales, Débora Fernanda, Anderson, Giovanni Baroni e Hélcio Padrão, que das Minas Gerais, está bem de perto construindo conosco.
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